quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cem anos que se foram e Cem anos que virão.


O ano de 2008 marca o centenário da imigração japonesa no Brasil, comemorado magnificamente, presenteado pela visita do honorável príncipe herdeiro do Japão, comitivas, governadores de províncias e divulgado ampla e positivamente pela mídia.
Voltando alguns anos, historicamente está registrada a luta do povo japonês nas lavouras do Brasil, o esforço descomunal para fazer seus filhos freqüentarem as escolas e se tornarem doutores e a coragem de lutar contra a repressão durante a segunda guerra, que fizeram desse povo o que ele é hoje. Foi merecida essa grande comemoração.
Temos orgulho em homenagear os protagonistas dessa história, que venceram enfrentando as barreiras culturais, climáticas, lingüísticas. Comendo frango cru, imaginando estarem comendo sashimi e torrando suas peles claras sob o sol abrasador do promissor país tropical.
Histórias reais relatadas pelos primeiros imigrantes sempre me emocionam.
No livro Ayumi está detalhado o relato de grupos de japoneses que foram presos em currais numa chácara que hoje é o bairro Mercês em Curitiba, Paraná. Os visitantes ofereciam capim para os japoneses comerem. Foram tratados como animais. Foram obrigados a dormir ao relento na mata para não serem aprisionados. Tiveram seus bens confiscados e suas casas incendiadas.
Mesmo depois de passada a guerra, os primeiros filhos dos japoneses enfrentaram o preconceito nas escolas, apanhavam nas ruas e eram humilhados com palavras de baixo calão.
Através da paciência oriental e muito trabalho, sobreviveram e venceram.
Uma raça, marcada pela pele amarela, cabelos lisos, olhos “puxados”e descrita por uma autoridade brasileira com uma raça ridícula, os japoneses contribuíram muito para o crescimento da economia brasileira, sua cultura e sociedade.
Cem anos de Imigração japonesa no Brasil, Cem anos de guerra entre França e Inglaterra e Cem anos de solidão, livro de Gabriel Garcia Marques.
Cem anos...
Não me recordo de tantas homenagens feitas pelo centenário da imigração de outros povos no Brasil.

Infelizmente, devido ao fenômeno dekassegui, muitos filhos desses não têm a oportunidade de se fixarem e conseqüentemente se dedicarem aos estudos.
A Educação é a base do nosso sucesso atrelada pela perseverança, dedicação e humildade.

Sugestivo é repensar valores que transcendam o materialismo em busca de alternativas para o fortalecimento de nossa cultura, mantendo as tradições e unindo cada vez mais nosso povo, tendo em vista que é dever manter o legado deixado pelos protagonistas acima descrito e cuidar de nossas futuras gerações.
Povo antes unido pelo sofrimento e fome, hoje separado pelo paradigma dos medíocres capitalistas.

E agora José?


Segundo a conceituada Reuters, a taxa de desemprego no Japão subiu para 4,1%, o maior nível em quase dois anos, em junho de 2008, na medida em que as fábricas reduziram as contratações, ameaçando o já reduzido volume de gastos dos consumidores e a economia como um todo.
Crise desencadeada nos EUA causada pelo calote no setor imobiliário. Parece pouco, mas um pequeno descuido que nasceu da ganância gerou todo esse desastre. Agora me vem a mente uma frase da teoria do Caos “O bater das asas de uma simples borboleta nos EUA pode desencadear um tufão no outro lado do mundo” ou melhor, no mundo todo.
Uma incógnita cobre não somente os estados americanos, mas também o mundo todo. Obama ou McCain? Obama que confunde com Ossama ou McCain que lembra à deliciosa batata frita? O fantasma da poderosa potência assombra e assola os quatros cantos do mundo!
Atritos na Rodada de Doha, articulações (mentira, enganação, baixaria) pela posse do PETRÓLEO (no Brasil e proximidades), eleições e principalmente a economia reprimida, deprimida, gripada, espalhando vírus para o mundo todo.
A economia japonesa abalada, já sente os reflexos do descuido na economia norte americana. O Record da alta do barril do Petróleo encare a produção japonesa, elevando o preço dos alimentos e diminuindo o poder de consumo, derrubando ações da bolsa, diminuindo empregos e conseqüentemente acabando com os sonhos de muitos brasileiros dekasseguis.
Há mais de cem anos aconteceu do povo japonês emigrar para outros países em busca de novas oportunidades. Alguns vieram para o Brasil planejando trabalhar por alguns anos e retornarem ricos.
Poucos realizaram essa façanha.
Com o início da segunda guerra mundial, muitos foram obrigados a mudarem seus planos e tentarem uma nova vida.

Atualmente muitos futuros dekasseguis ainda se preparam rumo a rota dos sonhos, seguindo o mesmo caminho e planos dos veteranos, enquanto que muitos dekasseguis decidem ser um ex, retornando para o Brasil definitivamente - prometem e juram de pés juntos.

Qualquer semelhança entre dois fatos “pode” ser mera coincidência.
Para os que se interessam, listo mais incógnitas: países e pessoas da Ásia, Quarta Frota, produção de armas nucleares, América do Sul, riquezas minerais e alimentos.

Num mundo globalizado precisamos estar atento a um simples espirro. Dado até mesmo, por um inofensivo inseto. Afinal, o capitalismo canibal pode desencadear um efeito comparado a um sismo de grande magnitude.